GREVE PM-BA: Os policias militares do estado da Bahia decidirão nesta quinta-feira se continuam a greve iniciada no dia 31 de janeiro



Os policias militares do estado da Bahia decidirão nesta quinta-feira se continuam a greve iniciada no dia 31 de janeiro, depois de desocuparem nesta manhã a sede da Assembleia Legislativa, onde estavam sob o cerco do Exército.

Em um encontro nesta tarde os líderes das três associações policiais que promovem a greve decidirão se aceitam o aumento salarial oferecido há dois dias pelo Governo do Estado, que foi inicialmente rejeitado, uma possibilidade para colocar fim a paralisação.

Nesta manhã, após a rendição, autoridades consideraram finalizada a greve, mas os PMs esclareceram em seguida que isso só será decidido nesta tarde.

Os policiais esperam reunir-se com algum representante oficial para saber se o Governo mantém a oferta de reajuste salarial antes de definir se suspendem ou mantêm a paralisação, disse o deputado estadual capitão Tadeu Fernandes, um dos líderes dos grevistas, em declarações a rádios da Bahia.

A decisão foi tomada depois da reunião dos policiais que estavam na sede da Assembleia Legislativa no centro de Salvador com os demais grevistas na sede do Sindicato dos Bancários da Bahia.

Os 245 policiais que estavam desde terça-feira no prédio do legislativo deixaram nesta manhã o prédio pacificamente e, após passarem por revista do Exército, se dirigiram para os locais de concentração dos grevistas.
Os cerca de 1 mil militares do Exército que cercavam a Assembleia Legislativa desde o domingo só detiveram dois líderes grevistas contra os quais foram expedidas ordens de prisão por supostamente ordenarem atos de vandalismo.

Os grevistas decidiram deixar o prédio precisamente depois que a justiça negou os pedidos de habeas corpus de liberdade para 12 líderes contra os quais haviam mandados de detenção, quatro dos quais já estão presos.

A decisão foi tomada também após a divulgação de conversas telefônicas gravadas com autorização da justiça nas quais o principal líder dos grevistas, Marco Prisco, coordena atos de vandalismo com outro agente para atemorizar a população.

Apesar de parte dos grevistas terem aceitado o reajuste salarial proposto há dois dias pelo Governo, os líderes rejeitaram o acordo porque o governador da Bahia, Jacques Wagner, se negou a anistiar os policiais que participaram das ações de vandalismo.

A greve, cujo objetivo é reivindicar melhorias salariais, foi declarada ilegal pela justiça da Bahia, e deixou Salvador, especialmente, à mercê dos criminosos pela falta de vigilância policial nas ruas.

Números da Secretaria da Segurança Pública da Bahia, nos dez dias de paralisação foram registrados em Salvador 146 homicídios, mais do que o dobro do que dez dias antes.

A greve causou grandes perdas ao comércio e ao turismo, porque lojas foram saqueadas nos primeiros dias antes do Exército enviar 3 mil homens à Bahia.

A greve preocupa as autoridades não somente pelo aumento da insegurança, mas ainda pelo possível impacto econômico que pode ter em Salvador, cidade que espera milhares de turistas para o carnaval que começará 16 de fevereiro.

FONTE: UOL NOTÍCIAS

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