Abra o olho! VOCÊ ESTÁ PREOCUPADO COM A EDUCAÇÃO DE SEU FILHO (A)?



Amanhã, as escolas particulares abrem as portas para começar um novo período de aulas. Nem precisaria dizer, mas não custa lembrar o primeiro impacto do início do ano letivo: os engarrafamentos e o estresse no trânsito. Melhor seria ter outro tipo de preocupação: com a educação propriamente dita. A despeito da chateação causada pelos congestionamentos, deveríamos voltar nosso interesse para o essencial.

Sabemos que há pais comprometidos com a exigência de um ensino de qualidade, mas no contingente geral eles são poucos. Ao escolher a escola, muitos visitam as instalações, contam parquinhos e quadras de esportes, querem saber sobre as abordagens pedagógicas e atividades extracurriculares. Pergunto: alguém questiona a qualidade do corpo docente? Alguém indaga sobre o salário e a formação do professor? Algum pai já perguntou que tipo de suporte ou treinamento a escola oferece a eles?

Arrisco dizer que aquele pai que se preocupa com isso é logo taxado de chato, de inconveniente e por aí vai. Para a maioria, isso nem é questão a ser levantada. Desconhecem que o principal numa escola são os mestres. São eles que, em última instância, farão do seu filho um aluno estudioso ou uma criatura absolutamente desinteressada pelos estudos. Um professor tem o poder de cativar, instigar, inspirar. Se uma escola não tem pessoas qualificadas para despertar crianças e adolescentes para o prazer de aprender, não tem nada mais. Podem acreditar.


Participação. Essa é a palavra capaz de mudar o valor da escola na vida das crianças. O pai não pode se sentir um intruso no ambiente escolar. É preciso deixá-lo entrar, ver, tocar, conversar, reclamar, além de ajudar. As escolas públicas, que têm associações de pais e mestres atuantes, são as que de fato funcionam, como mostra a reportagem de hoje da Revista do Correio, que conta histórias de pais de classe média que optaram por manter os filhos na escola pública.

No ensino privado, no entanto, os pais são apenas clientes, pelo menos a maioria, que pagam e esperam receber a mercadoria sem defeitos — o que pode ser resumido em um ambiente seguro e um aluno que passe de ano e que, depois, seja aprovado num vestibular. Por sua vez, os alunos acabam fazendo da escola uma extensão da própria casa, levando para lá a falta de limites e de respeito com a autoridade. Em casa, desrespeitam os pais. Na sala de aula, o professor.

É claro que há honrosas exceções. Percebemos quantas pessoas estão preocupadas com as questões de educação, sobretudo pelo estrondoso número de visitas que recebemos no site do Eu, Estudante, que você
pode acessar pela página do Correio Braziliense, e de seguidores no Twitter. Enem, PAS, vestibular são de fato os itens que mais despertam atenção.

Mas é preciso também estar muito atento à pré-escola e ao ensino fundamental. Uma base sólida na educação é um legado que seu filho levará para todas as instâncias da vida. E isso não se resume a computadores em sala de aula ou espaço físico. Seu filho odeia cada minuto que passa em sala de aula? Preste atenção: um ótimo professor não fala sozinho, para as paredes; não passa despercebido. Esse
profissional vira referência para crianças e adolescentes. O pai que valoriza essa questão fundamental e que de fato participa da vida escolar recebe em troca um futuro mais tranquilo para os filhos. 

Neste 2012, que todos estejamos mais comprometidos com a educação.

Ana Dubeux - CB-29.01.12.

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